domingo, 5 de outubro de 2014

Algumas noites de verão...

Postado por Julia Salomão às 13:47 0 comentários

E mais uma vez meu travesseiro é tudo o que eu vou abraçar essa noite. 
Eu podia ter escolhido (quase) qualquer outro cara, um vizinho, um cara da mesma rua, da mesma parte da cidade, ou até de outro estado. Mas não. Eu, como sempre, quis o mais difïcil. Quis você. 
O cara que mora lá em outro país, a milhas e milhas de distância. A 15 horas de avião. Ou mais. 
Não sei bem se eu te escolhi. Você apareceu, puxou um assunto, me chamou pra sair. Bem, eu escolhi sair com você. Eu tava curtindo minhas férias, meu intercâmbio... até seria legal conhecer alguém, paquerar, beijar. E só. 
Eu não tava planejando assim, me apaixonar. 
Até porque eu não tinha pensado no queria viria depois, nas consequências. 
A única coisa que eu tinha em mente naquele momento era "carpe diem". 
Mas aconteceu. 
Eu achei que seriam só encontros bacanas com um cara legal e muito gato. 
Mas, infelizmente (ou não), foram muito mais que isso. Talvez o contexto tenha ajudado: férias, verão, uma cidade linda. E também a minha solteirice prolongada. Falta de alguém interessante. 
O fato ė que, você me ganhou com um olá. E eu achava que já tinha passado da fase de gostar de olhos azuis... 
Nunca ninguém tinha me levado a lugares tão incríveis. 
Eu lembro de a gente chegando perto de um mirante e você dizendo "essa é a cidade". 
Nunca alguém tinha dito coisas sobre mim que nem eu mesma sabia. (Como quando você disse que eu não conseguia parar de mexer as minhas mãos enquanto te abraçava). Tomar uma coca no Mc Donald's nunca tinha sido tão divertido. Nunca tinha beijado alguém debaixo de um céu tão estrelado, com direito até a estrela cadente. Nunca tinha visto um coiote, ainda mais durante um encontro. (Bom, isso não vem ao caso.) Nunca me senti tão ansiosa e ao mesmo tempo tão confortável com alguém. Nunca me senti tão confiante ao dizer "sim" quando me perguntou se eu queria ir pra sua casa jogar Mario Kart. Mesmo sabendo que as suas intenções nåo eram essas. 
E poderíamos ter tido muitas outras noites dessas, e encontros desses. 
E eu estava já me sentindo dentro de um filme, por mais piegas que isso possa parecer, até que veio a parte chata: a parte de ir embora. Essa parte não deveria estar no script. Mas eu não tive escolha. 
Você sim, você teve a escolha de não ter me procurado, de ter deixado tudo pra lá. Mas você escolheu o caminho oposto, e também o mais difícil. E o que mais vai doer se chegar ao fim. 
Eu também escolhi. Escolhi ser a garota que fica sozinha no sábado à noite. Escolhi ser a garota que namora por Skype, mesmo os amigos tirando sarro. Escolhi você. 
E a minha cabeça fica cheia de “serás“: será que se eu tivesse ficado nós ainda estaríamos juntos? Será que eu gosto mais dele porque ele tá longe? Será que ele ainda sente o mesmo? A gente nunca vai saber. A distância deixa perguntas que talvez nunca sejam respondidas. 
A distância é um obstáculo todos os dias. Um dia mais, um dia menos. 
Mas, por incrível que pareça, eu não consigo esquecer. Eu não quero esquecer. Não me importa a distância, as noites solitárias, o que os outros digam. 
Eu não quero que seja só um amor de verão.
Você foi o cara que me levou aos três melhores encontros da minha vida. Você foi o cara que me fez sentir que eu podia ser eu mesma. E eu sinto que nenhum outro vai ser tão bom assim. Você pode até não ser O cara, eu posso ser uma grande boboca, e eu posso até me apaixonar por outros, muitas e muitas vezes. Mas agora, eu só quero você. Por mais difícil que seja, por mais distante que você esteja, por mais que doa (e dói). Eu só quero você.

Júlia Salomão ~*


 

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